quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

2016 continuará sendo o ano da pátria deseducadora!

Começamos o ano de 2016 respondendo a mais ataques à educação no Estado do Ceará. Em 2015 enfrentamos muitos deles, como: corte de pessoal (redução de prof temporários e de funcionários terceirizados - como no setor de limpeza, merenda escolar à laboratório de informática), ameaça de corte do serviço de segurança, falta de materiais básicos (papel, pincel e até merenda) e até falta d´água em algumas escolas. Não podemos esquecer que apesar dos ataques também existiu resistência, como as escolas que pararam em Messejana, Montese e até ocupação à SEDUC teve, como no caso dos alunos da EEM Gov Adauto Bezerra.
No caso da ameaça do corte dos seguranças só não se efetivou devido a uma reação do sindicato dos seguranças e provável acordos entre empresários do ramo e o governo.
O golpe mais forte estava ainda por vir: no período do recesso escolar (30/12/15), como todo bom covarde que teme a uma boa reação, o ataque mais cruel veio em forma da portaria 1169/15. Tal portaria ou “porcaria” traz o desmantelamento da educação básica no Estado do Ceará, pois coloca em xeque projetos educacionais como PPDT, PPCA e demais laboratórios, no momento em que mais a classe trabalhadora carece da educação e do acolhimento aos seus filhos, momento de crise financeira e aumento do desemprego, destruindo o sonho de muitos de se qualificar para o mercado de trabalho.
Mas quem disse que os governantes se preocupam com a classe trabalhadora e muito menos com seus filhos?

Estamos entrando no décimo quarto ano de governo petista, período que podemos dividir em dois momentos para nós, trabalhadores, tivemos ganhos parciais importantes (cotas, bolsas, etc) porém muito frágeis que agora estão aos poucos sendo retirados. Governo que deu com uma mão e retirou com a outra... É uma relocalização do modo de governo do PT, e o governo do Estado do Ceará NÃO é diferente, pois Camilo Santana é do PT e não podemos nos esquecer disto. Os ataques se dão de forma diferenciada dos governos do PSDB, mas ocorrem ainda assim. Como todo governo que trai a confiança eleitoral dos trabalhadores, esse tem como aliados sindicatos dirigidos por militantes do mesmo partido do governador.  Significa que em ano eleitoral como 2016 NÃO podemos ignorar esse outro detalhe importante, ano que não vão querer “sujar” seus governantes em nome da governabilidade e do processo da disputa eleitoral que ocorrerá daqui a alguns meses.
Por isso não vamos nos iludir. Quando o sindicato senta apenas com o Secretário de Educação do Estado e se nega a conversar com sua base, ou desmonta a portaria para negociar ponto a ponto, estamos diante de uma aceitação da portaria ainda que de forma indireta. O sindicato silencia diante do Reajuste Zero (só a reposição da inflação segundo o DIEESE é de 11,68% e a própria Lei do Piso indica reajuste de 11,36%), divide os trabalhadores entre CEJA’s e do ensino regular pra enfraquecer a luta, e pra completar, organiza reunião com o governo e apenas os gestores para dividir mais e mais.
Uma portaria que ATACA A TODOS deveria servir para UNIR A TODOS.
Professores de todas as modalidades sofrem com ela, professores em situação de efetivos ou de contrato temporário (todos demitidos) também pagam caro por essa mudança, e os gestores ficarão com sobrecarga de mais e mais tarefas administrativas e pedagógicas. Quanto aos estudantes? Esses serão afetados com uma escola menos inclusiva e carente de projetos que possibilitem um interesse ao estudo. Como veem o ataque segue a todos da escola, seja capital e interior, seja que modalidade for e nada mais justo que a LUTA por negar essa portaria se dê com um calendário de mobilizações que agitem a falta de compromisso dos governos nacionais e estaduais com a educação pública.

Construir a luta e forma UNIFICADA para que não haja nenhum professor a menos e nenhum projeto educacional seja abandonado. Eis nosso caminho!